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Projeto que torna obrigatório o cardápio impresso em papel aguarda sanção do governador

Deputados estaduais aprovaram, no dia 09 de maio, o projeto de lei 6.392/22 de autoria do deputado Rodrigo Amorim (PTB), visa tornar obrigatório o uso das cópias impressas em papel (conforme 2º parágrafo do PL 6.392/22) dos cardápios em estabelecimentos como bares, restaurantes, quiosques, hotéis e comércios que vendem comidas e bebidas. Após aprovação na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), o projeto seguiu para as mãos do governador Cláudio Castro (PL), que decidirá até o fim de maio se a lei será ou não sancionada. 

Para o SindRio a medida não é necessária. “Acreditamos que bares e restaurantes funcionam, crescem e prosperam quando entendem e atendem as demandas de seus clientes. É por isso que não vemos a necessidade de uma lei específica para regulamentar esta questão dos cardápios, engessando o setor. Ainda mais em tempos de avanços tecnológicos e da prática cada vez mais comum de cardápios que valorizam a sazonalidade dos alimentos e a parceria com pequenos produtores, prezando pela sustentabilidade. Além de possibilitar serviços mais eficientes e de menor custo para o consumidor”, avalia Fernando Blower, presidente do SindRio. 

Simone Galante, fundadora e CEO da Galunion, consultoria especializada em alimentação fora do lar, também lembra que “o setor de restaurantes, bares, lanchonetes e similares vive da fidelização de seus clientes, que buscam alimentos saborosos, acessíveis, sem renunciar à qualidade e muitas vezes necessitam de rapidez, e a
diferenciação entre os negócios muitas vezes é a hospitalidade. E quando o consumidor não é bem atendido, muitas vezes troca o estabelecimento por outra opção.”

Em pesquisa realizada pela Galunion ficou claro que as novas gerações preferem a digitalização e autonomia na hora de fazer o pedido: para os entrevistados entre 18 e 23 anos, 52% preferem menu digital, 43% preferem pedidos pelo meio digital e 45% optam pelo pagamento pelo meio digital. Mesmo para pessoas entre 39 e 54 anos, mais de um terço já prefere, também, o digital: acessar o menu = 38%, realizar pedido = 36% e efetuar o pagamento = 42%.

Simone diz ainda que o acesso ao cardápio através dos dispositivos pessoais ainda é uma opção mais higiênica e também mais acessível já que na evolução dos cardápio digitais é possível ouvir o menu em caso de pessoas com deficiência visual, é possível dar zoom para aumentar as letras e até inclusão de links para acesso a informações nutricionais alertando para alérgenos que muitas vezes os atendentes não saberiam explicar.

O texto do projeto deixa clara a obrigatoriedade de se ter um cardápio impresso em papel, o que vai contra todo um movimento no caminho da sustentabilidade. E claro, reduzir custos para o estabelecimento significa que o mesmo pode praticar preços mais competitivos e justos em seus cardápios.

Além de apontar vantagens para os estabelecimentos no uso do cardápio digital, como a possibilidade de atualizações imediatas, uso de fotos ilustrativas, inclusão de promoções ou ajustes de valores, Galante fez uma lista com os principais benefícios do cardápio digital para os consumidores:

  • mais higiênico;
  • ecológico por não gerar impressões constantes;
  • autonomia para o consumidor já acessar o menu quando chega;
  • possibilidade de uso de fotos que facilitam a escolha;
  • atualização pode ser constante com novidades e promoções;
  • atualização de estoque facilita a escolha e diminui a frustação de se pedir algo que tenha acabado;
  • viabilidade de inclusão de links para acesso a informações mais completas como alérgenos, ingredientes e nutrientes;
  • uso de zoom para facilitar a leitura;
  • fechamento e pagamento direto pelo cardápio digital gerando mais rapidez; e
  • facilita menus sazonais que priorizam ingredientes frescos da estação.

O SindRio espera que o Governador vete o projeto entendendo que o setor pode se adequar às demandas sem necessidade de uma lei.

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