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Dados recentes indicam queda no endividamento das famílias brasileiras

O Brasil testemunhou uma mudança significativa no cenário econômico em julho de 2023. Pela primeira vez em sete meses, o endividamento familiar apresentou uma queda, atingindo 78,1% das famílias. Mas o que está por trás dessa mudança?  

A Queda no Endividamento 

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, conduzida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), revelou que houve uma redução de 0,4 p.p. no percentual de famílias com dívidas pendentes em julho. Esta é a primeira vez que o índice diminui desde novembro de 2022, alcançando o patamar mais baixo desde janeiro do mesmo ano. Adicionalmente, 18,2% dos entrevistados se classificaram como “muito endividados”, número que também decresceu pela primeira vez desde dezembro. 

O Impacto do Programa Desenrola 

O governo federal lançou em julho o Programa Desenrola, uma iniciativa para renegociar dívidas bancárias de pessoas com renda entre R$ 2,6 mil e R$ 20 mil. Esta medida teve um impacto direto na classe média, resultando em uma diminuição da proporção de endividados em julho. 

José Roberto Tadros, presidente da CNC, destaca a importância da pesquisa no cenário nacional, pois foi utilizada pelo governo na construção do programa. Ele acredita que, com a queda da taxa de juros, as condições de compra do brasileiro devem melhorar, beneficiando a economia como um todo. 

Análise detalhada 

Izis Ferreira, economista da CNC, observou que a recente redução no endividamento interrompeu uma tendência ascendente que persistia até o final do semestre anterior. Para os cidadãos com renda entre 3 e 5 salários mínimos, o índice de endividados atingiu o menor valor desde junho de 2022. Para aqueles com renda entre 5 e 10 salários mínimos, o índice é o mais baixo desde janeiro do mesmo ano. 

Situação dos Consumidores de Baixa Renda 

Apesar das melhorias observadas na classe média, os consumidores de baixa renda enfrentam desafios contínuos. A proporção de endividados nesse segmento aumentou ligeiramente, chegando a 79,4%. Contudo, espera-se que o Programa Desenrola comece a beneficiar esse grupo a partir de setembro. 

Cartão de Crédito e Endividamento Estadual 

Em julho, a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) revelou uma queda significativa no número de endividados via cartão de crédito. O índice reduziu para 85,9%, comparado aos 87% registrados em junho. Esta marca representa a primeira diminuição em seis meses, posicionando o indicador no patamar mais baixo desde fevereiro.  

Ao analisar o endividamento no cartão de crédito por gênero, observou-se que a proporção de consumidores, tanto homens quanto mulheres, que possuem dívidas diminuiu em julho. Entre o público masculino, a queda foi de 0,6 p.p., enquanto entre o feminino, a redução foi de 0,2 p.p. Vale ressaltar que, apesar de mais mulheres possuírem dívidas no cartão de crédito em comparação aos homens, foi no segmento feminino que se observou a maior queda no endividamento via cartão em julho, com uma diminuição de 1,2 p.p., em contraste com a queda de 0,7 p.p. registrada entre os homens. 

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