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Livro consolida intercâmbio entre chefs dinamarqueses e profissionais de Belém no uso de produtos amazônicos

O Projeto Intercâmbio Amazônia anuncia a conclusão de seu ciclo de 2025 com o lançamento de uma publicação documental que se torna referência para a gastronomia amazônica e para o incentivo dos seus ingredientes produzidos de forma sustentável. O livro, disponível para download gratuito, é o registro de uma série de ações que conectaram chefs dinamarqueses, profissionais de Belém e pequenos produtores locais em imersões nos territórios do Pará, promovendo a valorização da sociobiodiversidade e dos saberes tradicionais. 

A iniciativa, realizada em parceria com a Melting Pot Foundation, Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Instituto Paulo Martins e Embaixada da Dinamarca no Brasil, financiada pela Cooperação de Desenvolvimento Internacional da Dinamarca, teve como objetivo central aprofundar o diálogo entre técnicas culinárias contemporâneas e o conhecimento ancestral sobre os ingredientes da floresta. 

Laboratórios culinários e vivências em comunidades produtoras 

O livro documenta detalhadamente os três laboratórios culinários que constituíram a base do projeto, cada um dedicado a um ingrediente característico da região:

Mandioca: raiz e tradição quilombola 

Chef Kenzo Hirose (Bolívia) na Comunidade Quilombola Espírito Santo do Itá

O primeiro laboratório focou na mandioca, ingrediente central na cultura alimentar amazônica. As atividades incluíram a visita à Comunidade Quilombola Espírito Santo do Itá, em Santa Izabel do Pará, onde foram registrados os processos de manejo, beneficiamento e transformação da raiz em tucupi, farinha e goma. Os chefs Kenzo Hirose e Cristian Vásquez (Bolívia) e o sommelier Bertil Tottenborg (Dinamarca) participaram da visita e das trocas culinárias realizadas no CESUPA (Centro Universitário do Estado do Pará), junto com os 20 profissionais de gastronomia de Belém selecionados para participar do projeto. resultando em receitas que unem a tradição local à inovação internacional. 

Ervas e especiarias: aromas da floresta

Participantes do projeto em visita à Comunidade Campo Limpo, em Santo Antônio do Tauá (PA)

O segundo laboratório explorou o universo das ervas e especiarias nativas, como jambu, alfavaca e cipó d’alho. O trabalho de campo ocorreu na Comunidade Campo Limpo, em Santo Antônio do Tauá, onde foram documentados os processos de coleta e cultivo. A publicação destaca a potência sensorial desses ingredientes, com as experimentações culinárias do CESUPA que resultaram em pratos doces e salgados, desta vez com a participação da chef franco-dinamarquesa Marie Sophie.

Ostras e pescado:manejo sustentável costeiro

Os chefs dinamarqueses Bo Frederiksen (ao centro) e Marc Bach Reihs (esq) no laboratório do Centro Universitário do Estado do Pará (Cesupa)

O terceiro laboratório dedicou-se ao cultivo artesanal de ostras nativas e ao uso de espécies de pescado fundamentais para comunidades costeiras. A imersão na Vila Lauro Sodré, em Curuçá, permitiu o registro de sistemas de manejo sustentável e técnicas de preparo que valorizam a produção local. Os chefs dinamarqueses Bo Frederiksen e Marc Bach conduziram as atividades as atividades no CESUPA, sempre ao lado do chef Paulo Anijar (Belém) e de Simon Lau, chef dinamarquês radicado no Brasil que participou dos três laboratórios.  

Para além dos laboratórios 

“Jantar Amazônico: Intercâmbio Brasil-Dinamarca” durante a COP30 com a presença de Sua Majestade a Rainha Mary da Dinamarca, da primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, do presidente da COP30, André Corrêa do Lago, e dos ministros Paulo Teixeira, Celso Sabino, Esther Dweck e Sonia Guajajara, entre outros.

Todo o trabalho desenvolvido de julho a setembro nos laboratórios foi celebrado em um jantar durante a Cop 30, em Belém. O “Jantar Amazônico: Intercâmbio Brasil-Dinamarca” contou com a presença de Sua Majestade a Rainha Mary da Dinamarca, da primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, do presidente da COP30, André Corrêa do Lago, e dos ministros Paulo Teixeira, Celso Sabino, Esther Dweck e Sonia Guajajara, entre outras autoridades. 

A noite foi marcada por discursos do chef Claus Meyer, fundador da Melting Pot Foundation, e do pesquisador Eske Willerslev, além das palavras de agradecimento da Embaixadora da Dinamarca, Eva Pedersen. 

SindRio e o apoio à gastronomia amazônica 

O SindRio participa do Projeto Intercâmbio Amazônia, liderando a frente de comunicação e fazendo parte da coordenação da iniciativa.  A atuação reforça o compromisso do SindRio com a valorização da sustentabilidade na gastronomia brasileira e com o seu papel de criar conexões entre produtos de qualidade, chefs e restaurantes. O livro, que reúne entrevistas, relatos de campo e dezenas de receitas, serve como material de consulta e inspiração para pesquisas e iniciativas voltadas à valorização da Amazônia. O download gratuito da versão PDF está disponível no botão abaixo ou no site do projeto 

 Fotos: Lorena Fadul | Amana Mídia 

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