Bares e restaurantes seguem gerando empregos mas enfrentam desafios no primeiro semestre de 2025

O setor de bares e restaurantes mostrou em julho de 2025 a continuidade de sua importância para o mercado de trabalho e para a rotina de consumo do brasileiro. Segundo o Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFEC-RJ), foram abertas 2.879 vagas formais no país no mês, somando quase 40 mil novos postos de trabalho nos últimos 12 meses.
Rio de Janeiro lidera entre as capitais
No estado do Rio, julho terminou com saldo positivo de 269 contratações no setor. No acumulado de um ano, já são 4.718 vagas criadas. Entre as capitais, o Rio de Janeiro registrou a geração de 2.622 empregos formais em bares e restaurantes, à frente de São Paulo (2.512) e Salvador (1.124).
Faturamento e custos
Apesar do bom desempenho no emprego, os resultados do mês foram desafiadores no faturamento. O setor registrou queda de 1,75% em julho em comparação a junho, mas ainda assim se manteve praticamente estável frente ao mesmo mês de 2024, com variação positiva de 0,34%.
A pressão nos custos segue como um ponto de atenção. O IPCA da região metropolitana do Rio subiu 0,24% no mês, puxado principalmente pelo grupo Transportes. Já no acumulado de 12 meses, alimentos e bebidas continuam entre os itens que mais pesam para bares e restaurantes: carnes (+26,17%), aves e ovos (+11,62%) e bebidas e infusões (+20,48%).
Um panorama do semestre
O balanço do primeiro semestre de 2025 ajuda a entender melhor o cenário. O setor no Brasil reúne cerca de 700 mil estabelecimentos e emprega 1,5 milhão de pessoas, segundo a Associação Nacional de Restaurantes (ANR). O delivery, que cresceu muito durante a pandemia, hoje já faz parte do dia a dia de 68% dos negócios e segue sendo um canal estratégico de receita.
Mesmo com a inflação pressionando insumos e a rotatividade de mão de obra ainda alta (74,3% em 2024, contra 35% na média dos serviços), há sinais de retomada. Em novembro de 2024, o faturamento do setor havia subido 7,3%, marcando 13 meses seguidos de crescimento. Já a receita real do ano passado avançou 5,5%.
Perspectivas futuras
Ainda de acordo com a ANR, para os próximos anos, o setor deve manter o crescimento, ainda que em ritmo mais moderado no delivery. O desafio será equilibrar custos e investir em inovação, qualificação de profissionais e boas práticas de gestão. Soluções eficientes e políticas públicas adequadas serão fundamentais para ampliar empregos e garantir sustentabilidade ao longo prazo.