MAIS DA METADE DOS ESTABELECIMENTOS NÃO TERÁ DINHEIRO PARA PAGAR OS SALÁRIOS DE JULHO
O SindRio realizou no último mês nova pesquisa com estabelecimentos do setor de bares e restaurantes do Rio de Janeiro para identificar os maiores desafios a serem enfrentados na reabertura, iniciada no último dia 2 de julho. Confira, a seguir, os principais dados da pesquisa.
Quando perguntados sobre a perda de faturamento observada nos últimos três meses, 56,7% dos empresários perdeu mais de 75% do faturamento. A parcela que notou uma redução de faturamento entre 50% e 75% foi de 24,2% dos entrevistados.
Outro dado revela que 61,9% das empresas já realizaram demissões. Os números ficam ainda mais graves quando perguntados sobre a quantidade de funcionários demitidos: 14,9% demitiram mais de 15 funcionários de suas folhas de pagamento.
Quando perguntados sobre o que consideram mais importante nesse momento para a sobrevivência dos negócios 53,4% dos empresários responderam que ter acesso ao crédito emergencial é algo fundamental. O dado reforça a questão seguinte: quando o assunto é linhas de crédito, os resultados mostram que 74,2% das empresas que buscaram novas linhas de crédito para financiar o negócio tiveram suas propostas recusadas. Apenas 17% conseguiu a aprovação de algum tipo de linha de crédito.
Em relação ao pagamento da folha salarial de junho/julho 63,9% das empresas responderam que não terão fôlego financeiro para pagamentos. Ao serem questionados sobre o futuro 56,7% dos empresários não têm certeza se conseguirão manter o estabelecimento aberto após a pandemia. Apenas 35% acredita que conseguirá manter seu negócio, seguido de 8,2% que já tem certeza de que irá fechar as portas.
Já sobre o tema de demissões futuras um total de 51,1% acredita que precisará realizar demissões no período pós-pandemia e o esmagador número de 85,1% afirma que precisará de crédito para depois da pandemia.
“Os dados mostram o quão dramática é a situação do setor e o quanto é importante frisar que a categoria precisa de crédito para sobreviver. O SindRio tem falado sobre isso em todas as oportunidades e dialogado com o poder público para evitar que mais demissões sejam realizadas, mais portas sejam fechadas e que a cidade perca seu grande motor econômico e cultural”, comenta Fernando Blower, presidente do SindRio.
Ele explica que é necessário entender o cenário realista da reabertura. “Alguns restaurantes ainda não conseguiram reabrir e o movimento para aqueles que reabriram é, de um forma geral, muito aquém do necessário para pagar as contas, o que acentua a necessidade de crédito” explica.