Setor de Bares e Restaurantes mantém geração de empregos, mas registra desaceleração no primeiro semestre

O setor de bares e restaurantes segue com participação relevante na economia brasileira, garantindo milhares de empregos formais e movimentando a cadeia produtiva de alimentos e bebidas. Mesmo diante de custos mais altos e de um ritmo de crescimento mais moderado, a atividade mantém resultados positivos e reforça sua importância para a economia. Dados compilados pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ) e pelo SindRio mostram que, em junho de 2025, o Brasil criou 4.545 vagas formais no setor, enquanto o Rio de Janeiro foi responsável por 993 novas contratações — o que representa 21% do total nacional no mês.
Rio de Janeiro segue como segunda capital que mais emprega
Na capital fluminense, foram geradas 690 novas vagas em junho, equivalente a 15% do total do país. No acumulado dos últimos 12 meses, o Rio de Janeiro se mantém como a segunda capital que mais emprega no setor, com um saldo de 2.675 postos de trabalho, atrás apenas de São Paulo (3.031) e à frente de Salvador (1.185), Fortaleza (919) e Belo Horizonte (850).
Primeiro semestre aponta tendência de desaceleração
Embora os resultados de junho sejam positivos, o balanço do primeiro semestre de 2025 revela uma queda no ritmo de geração de empregos. No Brasil, o saldo de vagas caiu de 34.614 no primeiro semestre de 2023 para 12.038 em 2025. O estado do Rio acompanhou essa tendência, passando de 4.534 para 1.434 vagas, e a capital reduziu de 2.914 para 832 no mesmo período. O cenário reflete um desaquecimento que exige atenção de empresários e formuladores de políticas.
Faturamento cresce, mas em ritmo menor
O faturamento do setor manteve trajetória de alta, embora em ritmo mais moderado. No primeiro semestre de 2025, o faturamento estadual de bares e restaurantes alcançou R$ 258,9 milhões, crescimento de 3,15% em relação a 2024. O setor representa 1,144% do faturamento geral do estado, reafirmando sua relevância para a economia fluminense.
Estrutura empresarial: predominância de micro e pequenas empresas
O ecossistema de bares e restaurantes no Brasil é composto majoritariamente por microempresas (84,1%). No estado do Rio, essa fatia é de 75,8%, e na capital, de 65,2%, onde há uma presença mais expressiva de empresas de médio e grande porte (13,9%) em comparação à média nacional (4,5%). Essa diversidade de perfis na cidade do Rio contribui para uma oferta mais variada de produtos e serviços no setor.
Inflação pressiona custos
A inflação de alimentos e bebidas segue como desafio para o setor. Nos últimos 12 meses, a Região Metropolitana do Rio registrou alta acumulada de 5,96% no grupo Alimentação e Bebidas. Os itens que mais pesaram foram carnes (26,68%), bebidas e infusões (21,46%) e aves e ovos (10,18%), superando as médias nacionais e impactando diretamente os custos operacionais dos estabelecimentos.
Perspectivas para o segundo semestre
Com um mercado formado majoritariamente por micro e pequenas empresas e um cenário de custos elevados, o desafio para o segundo semestre será equilibrar a manutenção dos empregos com o crescimento sustentável. Apesar da desaceleração no ritmo de contratações, o setor mantém sua importância estratégica para a economia e continua sendo um dos principais empregadores no país, especialmente no Rio de Janeiro.
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