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Na Mídia: o impacto dos eventos gastronômicos para os restaurantes

O SindRio, sindicato que representa bares e restaurantes do Rio de Janeiro, foi destaque em uma matéria da CNN, na coluna Viagem & Gastronomia sobre o impacto dos festivais gastronômicos na rotina e nos resultados de restaurantes da cidade. A reportagem, ouviu chefs, empresários e gestores que compartilharam suas experiências com eventos como o Rio Gastronomia, Fartura, Chefs na Praça e Rio2C, que se consolidaram nos últimos anos como plataformas de visibilidade, vendas e conexão com o público. 

Apesar das boas oportunidades, os festivais nem sempre resultam em lucro direto — especialmente para negócios de menor porte — e exigem planejamento, estrutura e estratégia para valer a pena. 

Festivais como vitrine e canal de faturamento 

Para marcas como o Grupo Irajá, fundado pelo chef Pedro de Artagão, os festivais gastronômicos se tornaram uma importante frente de negócio. Na última edição do Rio Gastronomia, o grupo — que participou com itens de diferentes casas, como o pastel de camarão do Boteco Rainha, o arroz de bacalhau do Irajá Redux e o bolo de brigadeiro do antigo Irajá Gastrô — alcançou um faturamento de aproximadamente R$ 600 mil. 

Segundo o chef, a operação foi a segunda que mais faturou no evento e aparece entre os destaques das últimas dez edições. “Sempre saímos no lucro, que nos ajuda a incrementar a empresa ao longo do ano, e mais fortalecidos. A participação, afinal, dá relevância para o grupo e ajuda a mantê-lo na boca do povo”, afirmou Artagão. 

Com experiência também em eventos como o Rock in Rio, o chef contou que desenvolveu uma logística própria para os festivais, inspirada nas redes de fast food, para agilizar pedidos e entregas. “Não pode acontecer de jeito nenhum de a comida acabar. Por isso sempre levamos matéria-prima a mais. Não podemos passar uma imagem negativa para potenciais novos clientes”, destacou. 

Quando o marketing compensa mais do que o lucro direto 

A reportagem também ouviu o chef Elia Schramm, do Babbo Osteria, em Ipanema, que participou da última edição do Rio Gastronomia e, pela primeira vez, marcou presença no Rio2C. Para ele, os eventos são uma excelente vitrine para atrair novos públicos, mas o retorno financeiro nem sempre compensa os custos operacionais. 

“O maior erro é participar de eventos que atraem um público que não tem nada a ver com o dos seus restaurantes”, avaliou Schramm. Ele ainda apontou a cobrança de taxas entre 25% e 30% do faturamento como um obstáculo para que a participação vá além da exposição de marca. “É impossível sair com algum lucro assim, levando em conta todos os custos com insumos, mão de obra e transportes. Uma taxa de cerca de 15% é mais razoável.” 

Experiência do cliente e posicionamento estratégico são essenciais 

O restaurante Rancho Português, com unidade no Rio, também teve bons resultados no último Rio Gastronomia. Com pratos tradicionais como bacalhau à Gomes de Sá e arroz de pato, o restaurante faturou R$ 216 mil no evento. Apesar da margem de lucro pequena, o gerente-geral Aragão de Melo classificou a participação como positiva, destacando o reforço no relacionamento com o público e a possibilidade de atrair novos clientes. A única ressalva foi a chuva em um dos fins de semana, que afetou o movimento. 

SindRio orienta: é preciso avaliar o perfil do público e os custos além da operação 

O presidente do SindRio, Fernando Blower, também foi entrevistado pela reportagem e reforçou a importância de avaliar com critério cada participação, principalmente para negócios de menor porte. Ele destacou que nem sempre o retorno financeiro imediato deve ser o foco da decisão — a exposição de marca, quando bem direcionada, pode gerar resultados relevantes no médio prazo. 

“Só faz sentido participar de eventos que tenham o mesmo público-alvo do seu estabelecimento. Em muitos casos, afinal, se trata principalmente de uma exposição de marca, que pode ser muito vantajosa a médio prazo. Mas desde que você se conecte com o público certo”, afirmou. 

Blower também chamou atenção para os custos operacionais que nem sempre são considerados no planejamento. “É preciso contabilizar uma porção de gastos extraordinários, seja com aluguel de equipamentos, seja com a contratação de funcionários extras. E é importante ter em mente que nem sempre se lucra com eventos do tipo e que, para empreendimentos muito pequenos, a conta pode não fechar.” 

 

 

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