Impactos do trabalho remoto na dinâmica dos centros urbanos e nos estabelecimentos de alimentação fora do lar
O trabalho remoto se tornou cada vez mais usual após a pandemia de Covid-19. Muitas empresas optaram por manter seus funcionários nesse formato ou adotar um modelo híbrido, resultando em uma redução do movimento nos grandes centros comerciais durante a semana. As áreas urbanas, antes conhecidas pelo intenso fluxo de pessoas e filas nos restaurantes locais, agora testemunham uma diminuição significativa no número de pedestres, o que afeta consideravelmente os estabelecimentos de serviço de alimentação da região.
Embora o movimento esteja gradualmente retornando a essas áreas, uma pesquisa realizada nos Estados Unidos revelou que, apesar do aumento no volume de pedestres entre janeiro e maio em comparação com o ano passado, quando comparado ao mesmo período de 2019, anterior à pandemia, houve uma queda de 23% no número de pedestres nos centros urbanos. A empresa responsável pela pesquisa, MRI Springboard, prevê que a quantidade de pessoas nos centros das grandes cidades provavelmente será 15% menor do que antes da crise sanitária.
Diane Wehrle, diretora de marketing e insights da MRI Springboard, aponta que a mudança nos hábitos de consumo, com o aumento das compras online, também é um fator que contribui para a redução de pessoas nos centros urbanos. Essa tendência de compras online deve continuar crescendo.
Diante dessa mudança nos padrões de trabalho e consumo, há uma oportunidade de crescimento para negócios, como bares e restaurantes, especialmente aqueles que oferecem serviços de entrega, localizados em bairros mais residenciais ou em cidades menores próximas aos grandes centros urbanos. Na mesma pesquisa mencionada anteriormente, observou-se um aumento de 6,5% a 8% no número de pedestres em cidades menores entre janeiro e maio deste ano, em comparação com o mesmo período de 2019. Essa mudança pode ser exemplificada por empresas americanas como Chipotle e Sweetgreens, que estão investindo em unidades nos subúrbios e em cidades menores.
Por outro lado, também se nota que as pessoas que optaram por morar em bairros afastados do centro ou em cidades menores frequentemente aproveitam os finais de semana para passear nos grandes centros urbanos. Sob essa perspectiva, há uma boa chance de que gradualmente o número de pessoas nesses locais aumente aos finais de semana, acompanhado por um movimento turístico.
E você, como enxerga essas transformações?